O fabuloso destino de Amélie Poulain, de Jean-Pierre Jeunet
Por Pedro Fernandes Exibido nas chamadas sessões Cults O fabuloso destino de Amélie Poulain é certamente um dos filmes mais delicados (e fofos), sem ser piegas, das produções contemporâneas. Marcado por um narrador em off tão metódico com os detalhes quanto a natureza das personagens que pretende analisar (alguns caricatos e parece que saídos de um conto de fadas), trata-se de uma produção reveladora sobre a nossa relação individual com os mundos que fabulamos e o quanto esses interferem na vida coletiva. Quer dizer, ao menos o universo de Amélie e porque ela, movida por um certo espírito quixotesco, de heroína contemporânea num mundo sem heróis, decide reanimar a rotina desvalida de sentido das vidas dos que estão ao seu redor. Isso significa dizer que, da mesma maneira que a personagem central da história faz com que seu mundo particular possa intervir de alguma maneira (como se obra do acaso na vida dos que lhe são próximos), a vida repentina e monótona destes são r