Era uma vez em Tóquio, de Yasujiro Ozu
Na invasão da cultura oriental pela ocidental, sai ganhando a câmera fixa e contemplativa deste filme familiar Yasujiro Ozu é considerado um dos maiores nomes da história do cinema japonês. Começou a carreira de mais de 50 filmes em 1929, rodando comédias muito semelhantes às feitas em Hollywood naquele momento, A segunda fase de sua obra é a que mais tem destaque, quando, no pós-Segunda Guerra Mundial, o cineasta radicaliza sua estética e afunila o tema que será, a partir de então, tratado em sua obra. Grosso modo, as histórias partem do cotidiano de famílias japonesas para falar de assuntos como juventude e velhice, vida e morte e, sobretudo, a tensão entre tradição e modernidade (a pauta do Japão invadido pela cultura ocidental dos vencedores da guerra, no caso, os Estados Unidos). Esses assuntos serão mostrados com a câmera rigorosamente fixa e baixa, e os diálogos filmados com os atores de frente para a câmera, alterando-se entre um e outro com cortes secos. Uma gramática