Paulina Chiziane
Paulina Chiziane. Foto: Douglas Freitas. A chegada da obra de Paulina Chiziane por uma importante casa editorial no Brasil reafirma o destaque da sua obra fora de seu país e, ao mesmo tempo, nos oferece uma possibilidade de ampliar o reconhecimento sobre as literaturas produzidas em África, este vasto território de rica variedade cultural sempre silenciado ou colocado à margem pelas expressões ocidentais. Sabe-se que a escritora pertence à terceira linha na recente historiografia literária de seu país, Moçambique. Isso significa que a memória cultural, a formação da identidade e os horrores do passado colonial estão recorrentes na sua literatura. Esse envolvimento ressalta a proximidade que a literatura sempre mantém com o social, naquilo que em “Literatura e Sociedade” Antonio Candido designa como dialética da criação. Não se pressupõe, é claro, numa representação no sentido de reflexo ou transposição imediata da história, por exemplo, mas esta enquanto contexto participa ativamente