Ai, saudades da palmatória!
Por Pedro Fernandes “Ó palmatória, terror dos meus dias, tu que foste o compelle intrare com que um velho mestre, ossudo e calvo, me incutiu no cérebro o alfabeto, a prosódia, a sintaxe, e o mais que ele sabia, benta palmatória, tão praguejada dos modernos, quem me dera ter ficado sob o teu jugo, com a minha alma imberbe, as minhas ignorâncias, e o meu espadim, aquele espadim de 1814, tão superior à espada de Napoleão!” – Memórias póstumas de Brás Cubas , de Machado de Assis. O caso se deu nesta semana. Uma professora da rede estadual do Rio de Janeiro foi condenada a pagar uma multa de R$ 5 mil por um puxão de orelha num aluno. O fato me chama atenção por dois motivos: a bancarrota de uma pedagogia do cetim fez do aluno uma figura intocável. Fato humano – quando não é oito é oitenta. Houve o tempo em que apanhar de palmatória era útil para a formação educacional. Era um corretivo necessário à docilização dos corpos. Depois desse motivo primeiro, é fato que a pedagogia do c