O Mensageiro do Diabo, de Charles Laughton
Robert Mitchum se encaixa com perfeição no papel de um psicopata que assombra criancinhas nesta grande fábula sombria Quando fez O Mensageiro do Diabo , o currículo de Charles Laugton tinha apenas uma co-direção ( O Homem da Torre Eiffel , de 1951). Era na atuação que este inglês fizera seu renome, até então com mais de 50 papéis – alguns deles, desempenhados soberbos sob a direção de gênios como Alfred Hitchock e Jean Renoir. Tal experiência nos sets de filmagem parece ter se transportado para este longa-metragem, peça única, inimitável e, ao mesmo tempo, herdeira de outros estilos cinematográficos. O filme possui imagens em preto-e-branco bem contrastado, semelhante às fotografias do expressionismo alemão e do noir norte-americano. Se a estética é influência dos austríacos Fritz Lang e Otto Preminger (este, quando já filmava nos Estados Unidos obras como Alma em pânico, de 1952), o tom da história é o do Hitchock, com engendrado suspense mesclado com humor. Mas a violência é