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Mostrando postagens de abril 21, 2008

Uma entrevista raríssima com Cora Coralina

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Conta um pouco da tua história... Quando cheguei na idade de casamento, de aspiração de um casamento, tive muito medo de ficar moça velha sem casar. Era o que havia nessa cidade, e eu me apeguei com Santo Antonio e Santo Antonio me mandou um paulista aqui, 22 anos mais velho do que, e eu me casei com ele. Casei-me em 1910, em 1911 ele quis voltar para São Paulo, eu fui com ele. E no Estado de São Paulo, eu vivi 45 anos da minha vida, encaixados, sem voltar a Goiás. E depois de 45 anos, de ter criado filhos e batizado netos, quis voltar para minha terra para viver a minha vida, e a minha vida é muito boa. Eu era uma jovem bobinha, criada entre 8 mulheres e quando me achei em São Paulo, sozinha ao lado dele, ele passou a ser para mim pai, irmão, tio e marido, porque afinal era 22 anos mais velho do que eu e eu uma bobinha, criada entre mulheres, e ele era homem lido e corrido.  Casei-me. Sonhei uma coisa e saiu a realidade muito diferente. O que você sonhou e o que