Sindicato de Ladrões, de Elia Kazan
Performance do protagonista transformou-se em modelo nas aulas de interpretação Já a primeira cena impressiona: homens saem enfileirados de um barraco ordinário no cais, com navio ao fundo, numa região degradada. Não é um cenário, mas uma tomada feita em locação na região portuária de Nova York pelo grande cineasta Elia Kazan. Sindicato de Ladrões é uma das produções que renovaram a Hollywood clássica, ao lado de, por exemplo, Juventude Transviada (1955), de Nicholas Rey, e Anjo do Mal (1953), de Samuel Fuller. Na época do seu lançamento, o filme de Kazan foi um assombro. O realismo das imagens, com seus personagens em roupas amarfanhadas, o frio real nas ruas geladas do inverno nova-iorquino, tudo isso era, senão inédito, raríssimo num cinema que se resolvia em encenações de estúdios. Como essa geração de cineastas fazia filmes que também respondiam às incertezas e desilusões do povo norte-americano na virada dos anos 1040 para os 50, Kazan levou para o seu cinema tanto a