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Mostrando postagens de dezembro 11, 2007

O “show” de Truman

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Por Maruja Torres Truman Capote na varanda da casa de tijolos amarelos na Rua Willow, Brooklyn Heights, 1958. Truman Capote foi um dos melhores escritores de sua geração; alguém dotado de ouvido infalível para captar a musicalidade da língua inglesa e para reproduzir a fala do seu povo. Soma-se a isso a magistral habilidade com que mistura o obscuro e o poético, a angústia que serpenteia sob as águas mansas e ainda a grandiosidade descritiva da sua prosa. Era um gênio, como ele mesmo próprio se classificou (a modéstia não foi seu forte), depois de alardear que também era alcoólatra e drogado. Mas estas duas características nem sempre estiveram nele, embora sim a pulsão com que acabaria por se entregar a tais vícios a fim de suprir o medo de ser abandonado, que começou em sua terrível infância e não o deixou até o fim da vida. Na verdade, Capote, que nasceu em Nova Orleans em 1924 e morreu em agosto de 1984 de lenta e repentina overdose de licores e fármacos, veio a este