Hilda Hilst, por Caio Fernando Abreu
Aos 60 anos de idade, com mais de vinte livros publicados (o primeiro é de 1950) de poesia, ficção e teatro, formada em Direito sem nunca ter exercido a profissão, desde 1967 recolhida à Casa do Sol, um sítio próximo de Campinas, depois de 40 anos de literatura (e, segundo ela, silêncio sobre seu trabalho), há três meses Hilda Hilst caiu como uma bomba nos meios literários brasileiros. Com a publicação de O Caderno Rosa de Lori Lamby , Hilda renunciou publicamente à literatura dita "séria" - que lhe conferira, por parte do crítico Leo Gilson Ribeiro, o epíteto de "o maior escritor vivo em língua portuguesa" - e decidiu publicar, daqui para a frente, apenas histórias pornográficas. Bem-sucedidas, essas histórias, já em segunda edição por Massao Ohno Editor, serão seguidas por Contos de Escárnio e Maldizer , a ser lançado em setembro, pela Siciliano, e pelo Diário de um Sedutor , a sair em 91. Passando alguns dias em Sã