Os melhores de 2017
Por Pedro Fernandes
2017 não foi
um ano fácil. Não sei se motivado pelos rumos negativos que este país tomou e
por uma descrença mortal de acentuação institucionalizada do horror ou se pelo
espírito fatalista que, em parte motivado pela primeira possibilidade, se
tornou mais presente entre nós, estudei de diversas maneiras dar fim ao Letras.
Também é este um trabalho que suga boa parte de minha energia e no ano que
agora chega ao fim apareceram mil e uma outras atividades que me colocam
distante da manutenção deste projeto. Parte desse estágio melancólico ficou
expresso no texto de abertura do Boletim Letras 360º #246 que marcava a
passagem da primeira década deste blog online.
Mas, a
energia dos que fazem este espaço existir – os que aqui escrevem e os que acompanham
nas redes sociais – pareceu mais forte. As vontades negativas, se não desapareceram,
amainaram. E agora que paro para um recesso encontrarei outras possibilidades
para as trilhas que aqui se mantêm.
Para o
Letras, apesar de ser o ano de primeira década, este foi um ano sem planos. Isto
se deve, possivelmente, ao contínuo fracasso de 2016; então, indiretamente, a
escolha foi não estabelecer metas ou interesses e, se muito, continuar a tentar
no que foi não possível realizar. Em parte, isso deu certo porque algumas coisas
se concretizaram.
O espaço online
foi integralmente remodelado – é um blog com o espírito avantajado de um site,
embora nunca seja interesse deixar de ser blog, pelo caráter experimental que
se apresenta. Chegou uma nova colunista: a poeta Fernanda Fatureto. E em 2018,
outros já estão a postos para seguir caminhada. Também se ampliou significativamente
a quantidade de acessos diários desde quando virou a casa de 1 milhão de cliques.
Esses resultados positivos somam-se às energias das várias boas almas que, pouco
ou muito, contribuem para este projeto. Quiçá ele alcance seus próprios passos.
Vou seguir
2016, e construir uma lista que se divide em cinco – com atenção para os
melhores títulos com os quais mantive contato durante o ano, o que implica não
necessariamente em trabalhos executados ou apresentados durante 2017. Não há
critérios de maior para menor ou melhor para pior que ordenem a lista. Todos
estão alinhados num mesmo propósito: são criações que me tocaram, seja pela
qualidade estética, seja porque me responderam a inquietações particulares e
propuseram outras de maior significância. Como todas as listas, o gosto é um critério
determinante, subjetivo e variável – portanto, estas não são e nem se propõem ser
listas definitivas e redutíveis.
O motivo
para as listas – para mim – continuam a ser o de oferecer aos leitores novas
possibilidades de conhecer. Particularmente, guardo fascínio por isso.
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